Com certeza uma Testemunha de Jeová já bateu na sua porta e, por causa dela, você pode achar que o nome de Deus é Jeová. Mas não é.
Não podemos esquecer que as traduções das Escrituras Sagradas mais usadas no Brasil são baseadas nos textos em grego. Por isso o uso da pronúncia Jeová e Javé, é muito forte na nossa cultura.
O verdadeiro Nome de Deus foi escrito pela primeira vez no Pentateuco, em Gênesis 2:4:
"Estas são as origens dos céus e da terra ao serem criados, no dia que o יהוה os fez"
Além deste versículo, centenas de outros também usam o Tetragrama Sagrado.
O tetragrama foi transliterado do hebreu para o grego e, devido a dificuldade de pronúncia, o som sofreu mutações na passagem para outros idiomas. Tudo isso acabou criando um novo nome que se transformou em uma equivalência, pois seu som não tem relação nenhuma com qualquer tentativa de vocalização do Tetragrama Sagrado.
Aparentemente a solução é simples, basta transliterarmos diretamente do hebreu para o português, e o som que resultar é o que devemos usar. Ao fazermos isso, o que conseguimos é YHWH. Não ajudou muito, não é mesmo?
O nome impronunciável
Nem mesmo os Israelitas podem nos ajudar. A pronúncia correta tem muita influência do Cananeu, uma língua antepassada que pode ter dado origem ao hebraico. Com o tempo as pessoas foram perdendo a capacidade de pronunciar corretamente o Tetragrama Sagrado.
No player abaixo, você ouvirá a pronúncia da palavra יהוה em hebraico moderno: Ouvir original: pronunciada por "Benaiah"(Masculino de Israel)
A pronúncia original se perdeu não só pela extinção do idioma, mas também por causa do medo dos judeus de transgredir o 3o. mandamento de Deus. Outro motivo é o divino respeito pelo Criador de todas as coisas. Seu nome é considerado sagrado demais para ser pronunciado por humanos pecadores e de pouca fé. Também os estrangeiros seriam um problema pois, por desconhecimento, poderiam fazer uso do som mais divino de todos sem realmente saber do que se trata.
Até hoje no judaísmo, toda vez que se lê o Tetragrama Sagrado יהוה, a vocalização é substituída pelas palavras Adonai, ou HaShem, ou Elohim. Em algumas traduções da Tanakh, ele é graficamente trocado por Eterno Deus ou SENHOR, evitando até mesmo o uso do tetragrama.
Esta proibição do Judaísmo Rabínico tem suas contradições na própria Tanakh, pois existem citações que mandam as pessoas evocarem o nome de Deus e, em outras, enfatizam a importância de não o esquecer.
O uso do nome
Todos Rabinos, desde os antigos até os atuais, estão corretíssimos ao proibir a pronuncia do verdadeiro nome de Deus, pois sua liberação pode levar a um uso indevido e profano, a prova disso é a palavra Jeová, que mesmo sendo considerado o Nome de Deus em grande parte do mundo, muitas pessoas a usam de maneira banal.
Incompreensivelmente entre os Cristãos, principalmente os seguidores da Igreja de Roma, existe uma certa despreocupação com a Divindade do nome de Deus, é bem evidente que o nome Jesus é mais usado e engrandecido em sua importância. O resultado desta cultura levou a grande maioria dos Cristãos não fazerem ideia da existência do Tetragrama Sagrado.