O Messias de olhos azuis
A Galileia era uma região árida, naquele tempo ninguém trabalhava trancado numa sala com ar condicionado, pois as atividades comuns eram, em sua maioria, a céu aberto. Este conjunto de fatores produziam pessoas morenas e de cabelos maltratados.
Como Yeshua era galileu, com certeza não tinha olhos azuis e não se parecia com um hippie dos anos 60, como é representado por pintores famosos.
Mas também não era negro, de cabelo crespo, como é suposto por celebridades que ainda não são tão famosas quanto os pintores de divindades hippies.
É errado a tentativa e incluir Yeshua no clã da ariana raça superior, essa atitude acaba associando um elemento divino a uma imagem terrestre. Uma oração verdadeira nasce em nossos corações e é feita para um Deus em espírito e incorpóreo, se temos uma imagem que o representa, fatalmente nossa oração será para esta imagem e não ao verdadeiro Elohim.
Yeshua HaMashia nasceu judeu, viveu judeu e morreu judeu!
Ele nasceu e foi criado em uma família judaica e seguiu rigorosamente os costumes da época, como era comum nas famílias.
Criado em uma comunidade equivalente a uma judaico-ortodoxa dos dias de hoje, foi circuncisado e recebeu seu nome ao oitavo dia de vida, guardava o sábado e as festas, seguia as leis alimentares do judaísmo, as orações, as roupas etc.
Aos 5 anos, as crianças, e muito provavelmente Yeshua, já iniciavam o estudo da Torá e o aprendizado do hebraico, pois sua língua nativa era o aramaico.
Por volta dos 13 anos, as crianças tinham estudado toda a Torá e faziam uma cerimônia que marcava a passagem para a vida adulta: o Bar Mitzvah, que é celebrado até hoje entre os judeus, e certamente também foi celebrada pelo Messias.
É bem provável que grande parte da população daquela região não sabia ler, mesmo assim, algumas poucas passagens das escrituras nos mostram que Ele era alfabetizado.
A falta de informações do período entre o nascimento e o início de seu ministério abriu espaço para muita especulação e o aparecimento de histórias, no mínimo, criativas.
Mas como Yeshua HaMashia vivia em uma comunidade judaica e havia se tornado um Rabino, como mostra muitas passagens do Novo Testamento Cristão, o mais provável é de que Ele tenha dedicado este período de tempo para os estudos.
Na minha opinião, o que mantém a obscuridão nesse assunto, é uma pergunta sem resposta unânime: Precisaria o Filho de Deus estudar?
Os que acreditam no período de estudo de Yeshua HaMashia, baseiam-se nos paralelos entre seus ensinamentos com os dos essênios, de outros Rabinos e da escola rabínica de Hillel.
Nos tempos do Segundo Templo, existiam 2 escolas rabínicas muito importantes:
- Academia de Hillel
Hillel foi um dos mais importantes rabinos da história.
É conhecido por ser o sábio que preservava o amor, o humanismo, a bondade, a paciência e a humildade. - Academia de Shammai
Shammai também era muito importante.
Era um homem rígido, justo e sem paciência, suas motivações eram puramente por uma questão do Céu e do bem de Israel.
Suas características pessoais refletiam diretamente nos ensinamentos de suas escolas e nas questões jurídicas e políticas em que eram envolvidos.
Hillel era mais brando em seus julgamentos e Shammai mais severo.
Não creio que a semelhança acentuada entre Yeshua e Hillel seja decorrente de estudos, mas sim dos preceitos de ambos.
Outra coisa que levam muitos a acreditarem que o Messias estudou bastante, é a passagem de Lucas 2:52, do Novo Testamento Cristão.
Quando vemos estas argumentações e aceitamos a possibilidade de que Yeshua tenha precisado estudar, sentimos um certo enfraquecimento em sua Divindade, não é mesmo?
Devido as minhas limitações, não me vejo tentando dissertar sobre o espectro de conhecimento de Yeshua HaMashia, pois isso é verdadeiramente impossível.
Por isso, trato esse assunto apenas com os olhos da fé:
Acredito que Yeshua HaMashia não precisou estudar, nem ao menos conheceu qualquer um dos citados. Os ensinamentos dos outros Rabinos, de Hillel e também dos essênios, se assemelhavam com os do Messias por se basearem nas mesmas verdades divinas.